Apesar das ameaças e pressões por parte do Executivo sobre o funcionalismo, foi significativo o número de servidores que paralisaram suas atividades na terça-feira em defesa da instituição do plano de carreira para a categoria. A paralisação e as mobilizações na Câmara de Vereadores e na Prefeitura, lideradas pelo Sindicato dos Municipários, tiveram o objetivo de marcar o aniversário de um ano da entrega da proposta de plano de carreira da categoria dos servidores e professores municipais à Prefeitura, sem qualquer resposta até o momento.

“A adesão e participação da categoria demonstra a indignação frente à inércia do Governo Municipal, que há um ano está de posse de nossa proposta de plano de carreira, proposta esta elaborada com a participação representativa de todos os municipários e devidamente atualizada pela Legislação Federal”, avalia o presidente do Simp, Duglas Lima Bessa.

Conforme o presidente do Sindicato dos Municipários, a paralisação e os atos promovidos pelos servidores atingiram seus objetivos que, assim como tem sido as audiências públicas, chama a atenção da população de Pelotas sobre a situação funcional vivida pela categoria, que não tem qualquer estímulo ao crescimento e aprimoramento profissional, bem como reabrir as negociações a respeito do tema com o Executivo.

“Mostramos que somente com nossa mobilização conseguimos reabrir as negociações com os representantes da Prefeitura sobre as questões que envolvem o plano de carreira dos municipários, a exemplo do que ocorreu no último mês de abril, quando do período de reivindicação dos pontos abordados na data-base da categoria”, salienta Duglas.

O presidente do Simp informa que a reunião ocorrida com os representantes do Executivo para tratar do tema teve a intermediação da Câmara de Vereadores, por meio do vereador Ademar Ornel, da Comissão de Serviços Públicos.

A mobilização dos municipários teve a participação do presidente estadual da CUT, Celso Woyciechowski, dos diretores da FEMERGS, Eldo Ignácio Grunitzky e Vilson João Weber, que também faz parte da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal e de representantes do movimento sindical.

Também aderiu a mobilização dos municipários o grupo “agotaquefaltava” composto de funcionários do SANEP, no turno inverso a carga horária de trabalho, trabalhadores estes que também não tem Plano de Carreira e o debate burocratizado dia pós dia pelo Governo.

Entre as atividades dos atos de mobilização foi realizada uma esquete teatral municipária que contextualizou o aniversário de um ano pós entrega da minuta de Plano de Carreira atualizada

A paralisação contou, mais uma vez, com a participação do Grupo Vocal Esperança que, conta com a participação de integrantes de todos os CAPS da Prefeitura, em parceria com o IAD e que é coordenado pelo professor Izamir Duarte de Farias, que também é Técnico em Música.

“A adesão mostrou o equilíbrio entre o desejo de mobilizar e o medo a partir de diversas formas de perseguições que tem comandado qualquer movimentação dos municipários. Todos que enfrentaram o assedio moral estabelecido nos mais diversos setores e Secretarias da prefeitura são resistentes a falta de política que contemple a totalidade da Categoria”, avalia Duglas Lima Bessa.
O aspecto negativo foi a pressão direta do Governo Municipal sobre os servidores, com o envio de documento aos locais de trabalho ameaçando de forma objetiva todos aqueles que aderissem à paralisação convocada pelo Sindicato dos Municipários.