Para os municipários, 2010 foi mais um ano marcado por mobilizações e atos de protesto contra o desrespeito à categoria, contra a falta de condições de trabalho, contra os baixos salários e contra a negativa do Governo Municipal em discutir a proposta de plano de carreira.

Na opinião do presidente do Simp, Duglas Lima Bessa, não fosse pela presença sempre guerreira dos municipários na defesa intransigente de seus direitos e reivindicações a situação seria muito pior.

“Temos claro que o olhar do Governo Municipal, ou de quem está no comando deste governo, é o de que somos um verdadeiro peso que tem de ser carregado com o menor custo possível, ou seja, para eles, somos um número, uma estatística que tem de influir cada vez menos no orçamento. O importante, para eles, são as obras, é o chamado superávit orçamentário, são os incentivos fiscais”, critica o presidente do Simp.

Para Duglas Lima Bessa, a prova deste quadro foi a necessidade dos municipários paralisarem as atividades, se fazerem presentes na Câmara de Vereadores e protestar em frente a Prefeitura para “lembrar” ao Governo que há um ano foi  entregue a proposta de plano de carreira sem que esta proposta, sequer, tenha sido examinada.

Com relação a 2011, Duglas diz esperar o respeito ao trabalho decente, fundamentado nas normas da Organização Internacional do Trabalho, respeito à categoria dos municipários e a liberdade sindical por parte do Executivo.

“Queremos o debate e a implementação do  Plano de Carreira para todos os trabalhadores municipários. Que sejam reconhecidos por suas qualificações e tenham padrões salariais, no mínimo, com base no salário mínimo nacional”, aponta.

Para o dirigente do Sindicato dos Municipários, “a categoria quer melhores condições de trabalho, o reconhecimento da lei do Piso Nacional conforme sanção presidencial, reajustes para além da inflação do período e encaminhamento de toda a pauta permanente debatida em audiências públicas e reuniões com secretários municipais.”

Com relação às relações com o Executivo, Duglas disse esperar uma relação menos burocrática, com debates sinceros e respeito a indignação e mobilização por uma melhor qualidade de vida de toda a categoria dos municipários.