Em reuniões e visitas realizadas nos mais diversos setores e escolas do Município a direção do Sindicato dos Municipários de Pelotas (SIMP) tem constatado diversos problemas que inviabilizam e impedem o desenvolvimento das atividades educacionais.

Na Escola Municipal de Educação Infantil Darcy Ribeiro, localizada na Rua Carmem Miranda, s/nº, bairro Cohab Fragata, no último dia 28 de março, foram constatadas diversas irregularidades e situações que colocam em risco permanente a vida dos trabalhadores e mais especialmente as crianças atendidas no educandário.

Em várias dependências daquela escola, o forro do teto encontra-se com buracos, inclusive com telhas quebradas, possibilitando o acesso direto da água da chuva, deixando tais locais com mofo e umidade.

O sistema elétrico é totalmente antigo e não suporta que se possam utilizar alguns equipamentos ao mesmo tempo, podendo ocasionar um princípio de curto circuito; no berçário existem duas cubas para dar banho nas crianças, onde estas se  encontram totalmente enferrujadas, fazendo com que o único meio para realizar estel procedimento seja através de uma única banheira de plástico doada pela comunidade; neste mesmo local a única abertura de ventilação é dotada de uma grade fechada com cadeado para não possibilitar o acesso das crianças diretamente ao pátio, mas em se tratando de uma situação de risco que tenha de haver uma evacuação rapidamente, isto não será possível.

Também no pátio de entrada da escola, há um parque recreativo onde todos os brinquedos são feitos de escoras de madeira, totalmente podres e se movimentam com a utilização por parte das crianças, apresentando em alguns lugares partes cortantes; no pátio dos fundos da escola, há um outro parque recreativo, com dois escorregadores, onde no final destes, junto ao solo, existem pedras cortantes, além de haver um grande buraco também com pedras cortantes, tudo de forma totalmente exposta.

Existem ainda salas de aula com dimensões pequenas com relação ao número de crianças atendidas, fazendo com que muitas vezes as profissionais tenham que retirar parte do mobiliário e/ou brinquedos, colocando-os nos corredores para poderem desenvolver as atividades pedagógicas.

Na cozinha há sistema de ventilação com uma única janela basculante, fazendo com que a temperatura seja muito elevada, em face da outra janela basculante estar emperrada e a porta existente que dá acesso aos fundos não poder ser aberta, além de a pia de lavar louças estar com vários azulejos quebrados, uma única esponja de louças utilizada há três meses, tábua de cortar carnes e legumes feita de plástico e usada há anos, potes para acondicionar alimentos sem tampas, além destes e outros materiais como mamadeiras, panelas e louças, serem acondicionados em armário sem portas, apenas cobertos por uma cortina.

A despensa para armazenar alimentos não é dotada de armários fechados, logo, são acondicionados em prateleiras abertas e, em muitas vezes, em bacias que ficam diretamente no chão; extintores de incêndio com manutenção vencida, um em 2013 e outro em 2010, cujo ponteiro do manômetro indica a inoperância; sala de aula que apresenta defeito na fechadura, o que impossibilita várias vezes de fechar ou abrir a porta respectiva; na lavanderia, consta um armário com portas caindo, destinado a guardar roupas de crianças, lençóis, toalhas e cobertores, sendo que no tanque de lavar roupas, há uma espécie de resina colada no fundo, o que prejudica a lavagem das peças.

A escola é dotada de dispositivos de luz de emergência, mas que não podem ser utilizados e nem estão conectados a rede elétrica pelo comprometimento da mesma; há outras áreas de pátios com a grama alta a ser cortada; o prédio, tanto em salas de aula bem como em corredores, apresenta várias rachaduras com reboco caído; há armário para guardar livros com vidros quebrados.

Por fim, ainda na EMEI Darcy Ribeiro, há situações de turmas de alunos em que não fecha a relação quantidade de alunos com o número de cadeiras disponíveis, como por exemplo, uma que tem quinze alunos para onze cadeiras.

1

EMEI ALBINA PERES

Na Escola Municipal de Educação Infantil Albina Peres, no bairro Areal, ao lado da Escola de Samba Estação Primeira do Areal, a inoperância da Secretaria Municipal de Educação tem colocado a comunidade contra os professores e servidores, que estão sendo responsabilizados pelo fechamento da escola.

Inclusive já houve manifestações na imprensa por parte da comunidade protestando contra os professores e servidores, como se estes fossem os culpados pela impossibilidade de receber os alunos.

Na verdade, o que de fato está acontecendo é que as instalações daquela escola de educação infantil estão interditadas por diversos problemas estruturais que impedem o regular desenvolvimento das atividades e que “para tentar” solucionar estes problemas a SMED alugou um prédio próximo à Escola de Ensino Fundamental Piratinino de Almeida (mediações dos Biscoitos Zezé), na qual também passa por adequações para receber os alunos. Portanto, até o momento, por falta de planejamento da SMED, as crianças permanecem sem aulas.

“Por determinação da SMED, os professores e servidores da Albina Peres são obrigados a comparecerem e permanecerem cumprindo sua carga horária naquela escola, mesmo estando impossibilitados de receberem as crianças pela total falta de condições do prédio, além de que este, que é alugado, ainda não está pronto, o que não configura uma má vontade por parte dos profissionais, e sim demonstra uma incompetência, falta de planejamento e descaso da SMED com a comunidade”, finaliza o vice-presidente do Sindicato dos Municipários, Tiago Botelho.