A direção do Sindicato dos Municipários e delegados sindicais compareceram na Câmara Municipal de Vereadores na manhã de quinta-feira para acompanhar a votação, pelas Comissões, do projeto que prevê a possibilidade de recebimento do décimo terceiro salário por meio da realização de empréstimo pessoal, no Banrisul, com encargos financeiros assumidos pela Prefeitura, ou parcelamento em dez vezes a partir de fevereiro de 2020, de forma corrigida.

Durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça, conjuntamente com a Comissão de Orçamento e Finanças, foi oportunizada a fala ao Secretário da Fazenda, Jairo Dutra e à Secretária de Saúde, Roberta Paganini, sendo por parte do Sindicato a presidente, Tatiane Lopes Rodrigues e o assessor jurídico, Samuel Chapper.

Jairo Dutra informou que em tratativas com o Banrisul conseguiu avançar no sentido de que servidores que têm portabilidade e recebam seus vencimentos por outros bancos, não precisariam mais realizar a portabilidade para o Banrisul, a fim de conseguir acessar o empréstimo ora oportunizado, o que no projeto de lei não prevê esta possibilidade. Ratificou que, segundo o Executivo, o referido projeto estaria atendendo a determinação judicial proferida em sentença.

Acompanhando Jairo Dutra, a Secretária de Saúde, Roberta Paganini, se manifestou apenas para informar da preocupação com sua pasta, tendo em vista que na última decisão judicial para pagar os salários dos servidores, foram utilizados também recursos daquela Secretaria.

Para o Simp, a manifestação da Secretária teve o intuito de tentar demonstrar à comunidade que os problemas gerados foram derivados do resultado do pagamento dos servidores via determinação judicial. Ocorre que, em realidade, a responsabilidade é da Administração Municipal, que não soube planejar e adequar a aplicação das verbas públicas. A responsabilidade não é dos servidores, que apenas buscam a garantia de seu direito de receber os salários referentes ao mês trabalhado.

Tatiane Lopes Rodrigues afirma que os municipários compareceram na Câmara para esclarecer ao Poder Legislativo que já existe uma decisão judicial que garante o cumprimento da Lei Orgânica do Município, que dá o direito aos servidores, de receber o décimo terceiro salário no máximo até o dia 20 de dezembro, sem nenhum tipo de empréstimo, ao contrário do que está sendo proposto pelo Governo, através do Projeto de Lei que tramita na Câmara.

“Todos municipários têm direito a receber seu décimo terceiro até o dia 20 de dezembro, inclusive já havendo apontamento judicial garantindo esse direito, portanto, não aceitamos nenhum projeto que altere essa garantia. A Prefeita Paula tem que assumir sua responsabilidade como gestora e realizar o pagamento, revendo suas prioridades com gastos, como por exemplo, em publicidade, nas mais diversas mídias, para a criação da Taxa de Iluminação Pública, ou que proponha um outro Projeto de Lei em que a própria Prefeitura faça o empréstimo junto ao Banrisul e pague em dia os servidores”, afirma a presidente do Simp.

Após as explanações de representantes do Executivo e do Simp, foi colocado em votação nas Comissões (CCJ e COF) o referido projeto, o qual foi aprovado por maioria de seus integrantes, restando então ainda ser votado seu mérito em plenário, desta vez por todos os vereadores, o que a princípio ocorrerá na próxima terça-feira (03/12).

“Para isso, neste dia estaremos mobilizados na Câmara, acompanhando a votação do Projeto, esperando que os vereadores respeitem os municipários e a determinação judicial, votando contra esse Projeto”, salienta a presidente do Simp.

O Sindicato dos Municipários está convocando quatro representantes por cada local de trabalho, mais os delegados sindicais, a se fazerem presentes na Câmara de Vereadores na sessão legislativa de terça-feira, que iniciará às 8h30, porém, quanto ao horário de chegada no local, o Simp pede para que tais representantes e delegados entrem em contato com a entidade na tarde de segunda-feira (02/12), tendo em vista que ainda não há confirmação se haverá ou não distribuição de senhas e limitação de acesso ao plenário.