O SINDICATO DOS MUNICIPÁRIOS DE PELOTAS (SIMP) se posiciona totalmente contrário à reabertura do comércio nesta quinta-feira, dia 23. A reabertura do comércio, neste momento em que não há um controle sobre o crescimento dos casos de contaminação pela COVID 19 em nosso Município – devido à escassez de exames para sua identificação –, significa jogar a população num verdadeiro caos em relação à saúde coletiva. É um ato verdadeiramente irresponsável.

O SIMP representa uma parcela significativa dos trabalhadores envolvidos não só no combate direto à pandemia, mas também na prevenção e organização da população no sentido de evitar a contaminação desenfreada, como médicos, auxiliares de enfermagem, atendentes da Unidades Básicas de Saúde, enfermeiros, agentes de trânsito, guardas municipais e muitos outros.

Temos a mais absoluta certeza de que não existem condições adequadas para o enfrentamento da pandemia, caso haja a liberação da circulação de pessoas, o que certamente ocorrerá com a reabertura do comércio. O número de infectados, que já é significativo, seria incontável e totalmente descontrolado.

Não existem equipamentos de proteção adequados para os trabalhadores que estão na linha de frente do combate à pandemia, não existem exames, implicando em quase certa contaminação destes na medida em que o número de caso aumente desenfreadamente. E estando os trabalhadores da linha de frente contaminados, quem irá atender ao restante da população?

A prefeita Paula Mascarenhas assume uma postura temerária com os servidores públicos municipais ao apontar reabertura do comércio dia 23, tendo em conta que não há garantia de equipamentos de proteção individual (EPIs) em número que atenda a todos os trabalhadores da Saúde, além de alterar a política que regula a autodeclaração de saúde, passando a burocratizar ainda mais o processo de resguardo de servidores que compõem os grupos de risco vulneráveis ao COVID 19. Em um momento em que se tem aproximadamente 3.000 mortos no país devido ao contágio pelo vírus, reabrir o comércio é uma medida arriscada e que contraria profissionais e órgãos da área da Saúde, como o Conselho Municipal de Saúde que se posicionou contrário à reabertura, e a Universidade Federal de Pelotas, que aponta, num cenário de reabertura do comércio, uma demanda exorbitante por leitos de UTI, colocando toda a população em risco de morte.

Neste sentido, para que seja evitado um caos social e no sistema de saúde da população de Pelotas, nos somamos aos demais sindicatos representativos dos trabalhadores, às instituições de ensino e pesquisa, aos movimentos sociais e outras organizações para apontar a irresponsabilidade na decisão de reabertura do comércio neste momento.