“A definição dos municipários em não realizar paralisações na próxima semana não é de recuo, mas sim de uma nova estratégia para superar o impedimento que vem sendo colocado pelo Governo Municipal, que diz que não negocia com os servidores enquanto estivermos paralisados”.

A afirmação é da vice-presidente do Simp, Tatiane Lopes Rodrigues, comentando as definições da categoria na assembleia geral na última quinta-feira. “Os municipários têm demonstrado firmeza de posições e maturidade nas definições, comprovando que a responsabilidade pelas mobilizações não é da categoria, mas sim do Governo, que tem se negado a negociar com a categoria”, diz Tatiane.

Conforme a vice-presidente do Simp, “a categoria deu uma demonstração de boa vontade, trabalhando com um processo de atividades que mantém o Governo em pauta, sem paralisar as atividades.”

“Esperamos que com esse formato o Governo avance nos itens de nossa pauta e apresente um calendário para o cumprimento da Lei que estabelece o piso salarial nacional do magistério, entre outros pontos da pauta que necessitam de avanço”, prossegue.

Tatiane lembra que a enorme participação dos municipários na “Marcha dos Sem”, na última quarta-feira, e a presença maciça nas assembleias demonstra que não há qualquer recuo. “Na próxima sexta-feira faremos nova assembleia que certamente estará lotada, pois a categoria tem a convicção de que é possível e é necessário avançar nas propostas apresentadas pelo Governo”, afirma.

Para a vice-presidente do Sindicato dos Municipários há uma enorme contradição entre o que o prefeito Fetter Jr. divulga pelos meios de comunicação a respeito da “maravilhosa recuperação” das finanças da Prefeitura como fruto de sua “capacidade administrativa” e, quando chega a data-base dos servidores, esta situação muda radicalmente, sendo apresentado um quadro de penúria. “A categoria tem visto esta contradição e quer sim ver atendidas as reivindicações”.

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DEFINIÇÕES DA ASSEMBLEIA

Os municipários definiram um calendário de atos para esta semana, sem paralisação da categoria: na terça-feira (dia 07), às 14 horas, audiência da comissão de educação, elencada na assembleia anterior, mais a comissão de negociação, com o secretário de educação, Ademar Ornel, a fim de debater o cumprimento da lei do piso salarial nacional do magistério.

Na quarta-feira (dia 08) pela manhã, a partir das 9h30min, audiência pública na Câmara de Vereadores intitulada “Prejuízos à Comunidade  e  Responsabilização pelas Paralisações dos Municipários”   – com a participação de representantes de cada escola, secretaria ou setor; comissão de negociação; comissão de professores e integrantes do conselho de delegados.

Na quinta-feira (dia 09) pela manhã, reunião com o Governo para prosseguimento da negociação e debater propostas para avançar na pauta de reivindicações e na sexta-feira (dia 10) pela manhã, às 9h30min, nova assembleia no Pelotense.

Os municipários paralisam suas atividades nesta terça-feira, nos três turnos, manhã, tarde e noite, e comparecem na Câmara de Vereadores pela manhã, para requerer a retirada do projeto de lei que trata do reajuste salarial, entre outros itens, encaminhado pelo Executivo ao Legislativo, enquanto não houver sua aprovação pela categoria.

A informação é do presidente do Sindicato dos Municipários, Duglas Lima Bessa, acrescentando que na quarta-feira a categoria também estará paralisada, com realização de passeata denominada “Marcha dos Sem” (Sem reajuste digno, sem piso do magistério, sem plano de carreira...), com o objetivo de tornar pública a  realidade vivida pelos municipiários.

A passeata de quarta-feira parte do Altar da Pátria, no Parque Dom Antônio Zattera, às 14 horas. “Vamos mostrar à população a situação de miserabilidade em que se encontra a categoria e protestar contra a intransigência demonstrada pelo Governo Municipal com relação às negociações com o funcionalismo”, explica o presidente do Simp, acrescentando que “o Governo é o único responsável pelas paralisações da categoria”.

Sobre a atividade desta terça no Legislativo, Duglas Lima Bessa lembra que os vereadores já haviam assumido o compromisso de não votar qualquer projeto encaminhado pelo Executivo enquanto não finalizarem as negociações entre os servidores e o Governo Municipal, relativamente a data base deste ano.