MUNICIPÁRIOS DECIDEM ENTRAR EM GREVE A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA
Mais de 1.500 municipários lotaram o auditório externo do Colégio Municipal Pelotense na manhã desta sexta-feira para decidir pela greve da categoria por prazo indeterminado a partir de segunda-feira, dia 26. Paralelamente à greve os municipários também definiram um calendário de manifestações.
A greve foi definida diante da intransigência do Governo Municipal em negociar as reivindicações relativas à data base da categoria. A Prefeitura insiste em implantar dois novos planos de carreira, um para o quadro geral outro para o magistério. A categoria já havia definido por rejeitar a discussão dos planos de carreira propostos pelo Executivo, reiterando a definição de exigir atendimento às reivindicações relativas à data-base: reajuste salarial de 16%, vale-alimentação de R$ 210,00, base de cálculo de R$ 622,00 para fins de incidência de vantagens, ampliação do adicional de risco de vida para guardas e agentes de trânsito e cumprimento da Lei do Piso do Magistério. Também exigem o atendimento quanto à denominada pauta permanente.
Na avaliação dos municipários as propostas do Governo nos planos de carreira não contemplam diversas reivindicações básicas da categoria, como o estabelecimento do menor vencimento equivalente ao valor do salário mínimo nacional, inclusão dos celetistas (servidores regidos pela CLT), cumprimento do piso do magistério sem a inclusão de vantagens, fim da meritocracia, garantia da carga horária obrigatória estabelecida nos concursos públicos, entre outros.
“O próprio IGAM, que foi contratado pela Prefeitura, afirma que Pelotas é o único Município do Rio Grande do Sul que elaborou propostas de plano de carreira mantendo padrões salariais abaixo do salário mínimo nacional”, salienta Duglas Lima Bessa, presidente do Sindicato dos Municipários.
“Os municipários cansaram receberem salários líquidos abaixo do mínino nacional e de ver a Lei do Piso do Magistério ser descumprida. As propostas do Governo não corrigem estas ilegalidades”, critica Duglas, acrescentando que até agora não houve qualquer proposta do Governo com relação às reivindicações relativas à data base.
Durante as várias manifestações de servidores nas assembléias que vêm sendo realizadas, a postura do Governo foi duramente criticada, incluindo a polêmica contratação do Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos (IGAM), anunciada em abril de 2011, que demorou quase um ano para apresentar as suas propostas.
“Vamos repetir que a atual administração municipal esperou sete anos para aceitar debater plano de carreira, somente apresentando proposta no último ano e às vésperas do final do prazo para sua votação e aprovação e ainda assim retirando direitos dos trabalhadores”, lembra Duglas, informando ainda que o Simp irá procurar o Ministério Público Estadual para investigar e tornar claro como se deu a contratação do IGAM, os valores gastos e os prazos que realmente haviam sido definidos.
“Desde abril de 2011 os prazos de apresentação das propostas foram sempre sendo adiados, até que chegamos a um momento em que o debate não é mais possível. Os municipários e a população de Pelotas precisam saber como foi feito o contrato e quanto foi gasto com o IGAM”, informa.
“Esta mesma realidade de total descaso com os servidores não é vivenciada somente pela Administração Direta, mas também na Indireta, como ETERPEL e SANEP”, afirma o presidente do Simp. Os servidores do SANEP também definiram por entrar em greve a partir de segunda-feira. “Estaremos somando forças com todos os servidores, inclusive da ETERPEL, para pressionar o prefeito Fetter Jr. a negociar com a categoria”, acrescenta.
Além da greve por prazo indeterminado a partir de segunda-feira, os municipários definiram por um calendário de mobilizações: segunda-feira: 7h30min, concentração no SIMP para percorrer setores e secretarias que porventura ainda não tenham aderido à greve; terça-feira: mobilização na Câmara de Vereadores a partir das 9 horas e a tarde, a partir das 15 horas, concentração em frente a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) para registrar ocorrência denunciando os roubos históricos que os servidores vêm sofrendo; quarta-feira: grande marcha dos municipários a tarde, com concentração no Altar da Pátria a partir das 14h30min; quinta-feira: plenária na Praça Coronel Pedro Osório, às 9 horas, para avaliar o movimento e definir novas mobilizações.
Imprimir artigo | Este artigo foi escrito por simp em 23 de março de 2012 às , e está arquivado em Notícias. Siga quaisquer respostas a este artigo através do RSS 2.0. Você pode pular para o final e deixar uma resposta. Pinging não está autorizado no momento. |
há 12 anos atrás
tem que procurar os direitos sim e uma vergonha estes modos e jeitos os quais os funcionarios sao tratados com a maior falta de respeito alias ele nao respeitou nem a cidade nos seus 200 anos namaior festa popular nao estava presente deixou o vice no seu lugar que respeito merece esta pessoa? GREVE SIM tem o meu total apoio nesta luta interminavel vamos la nao da para aceitar
há 12 anos atrás
Prezados Companheiros;
Queremos neste momento de extrema dificuldade vivida pelos colegas Municipários de Pelotas, expressar nossa solidariedade e apoio irrestrito ao movimento por vocês iniciado. Contem conosco no que for possível, pois, só com sindicatos “SEM CABRESTO E SEM MORDAÇA” teremos condições de enfrentar a turma que se deita na ” MACIA CAMA DE PELEGOS DO PODER”. Forte abraço!
Att: Jorge Souza – Presidente do SIMUSB
há 12 anos atrás
Direito é direito… vamos juntos !! Sou funcionaria abaixo do minimo nacional , numa função de 4 série , sendo que tenho ensino médio completo, sem reconhecimento nenhum de tudo que faço pela secretaria que represento . Quero lutar por melhores condições de trabalho e qualificação para os funcionarios. Fico chocada ao ver propagandas na tv, dos 200 anos de Pelotas, que dizem que os pelotenses são um povo bem tratados, quem fez essa propaganda não deve ser de Pelotas !!! Forte abraço a todos !
há 12 anos atrás
Nao acho justo nossas crianças pagarem por conta de pessoas que ja se formaram sabendo do seu salario e mesmo assim decidiram serem educadores.Mais uma GREVE isso e um absurdo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
há 12 anos atrás
Rosi!
Qualquer governo gostaria de ter uma categoria inteira com teu pensamento. Tua posição de ficar “acomodada” após entrar na prefeitura, só serve, neste momento, ao prefeito FETTER JR. A culpa das “nossas crianças pagarem a conta” é do Governo Municipal. A GREVE não é somente por salários, condições de trabalho dos municipários. É também por uma melhor qualidade no Serviço Público. Precisamos estar politizados para debater sobre greve e tudo mais. Se quiser discutir fundamentação, venha ao SIMP. Estaremos a disposição para debater.
Duglas Bessa
Presidente do SIMP
há 12 anos atrás
Com união faremos a diferença na luta dos nossos direitos!!
há 12 anos atrás
Não gosto de ter que fazer greve, mas esse governo facista não nos deixou outra opção
há 12 anos atrás
quando acaba essa greve??
há 12 anos atrás
Feter teem é q te vergonha na cara!! E de dar o salariio aos professores de uma vez!! Se não nós vamos ficar seem aula até o fiim do mundo!! E eu até agora ñ tive aula de matematica! q sem vergonha esse Feter! pello amor de Deus! ñ voto nelle porcaria nenhuma!!
há 12 anos atrás
DEBATE POLÍTICO E DEMOCRACIA
*Por Ubirajara Velasco
Certamente concordamos que “garantir a todos oportunidades iguais” é uma necessidade democrática. Cuidado! Especialmente se, para realizar tal fim, quaisquer meios forem utilizados, inclusive os que levam ao seu oposto, às ditaduras e aos totalitarismos.
Hoje, sexta-feira, em evento promovido por uma emissora de Rádio e outra de Televisão, tivemos o primeiro debate dos candidatos à prefeitura de Porto Alegre. As estratégias continuam as mesmas. Adão Vilaverde (PT) que no governo da Tia Yeda esvaziava o plenário da Assembléia Legislativa para trancar a pauta que prejudicaria o Magistério gaúcho e hoje concorda com a ilegalidade do não pagamento do Piso Nacional dos Professores, contou com o apoio de Manuela D’Ávila (PCdoB) para atacar o governo do atual Prefeito que concorre ao mesmo cargo. Na verdade irão governar juntos caso um deles seja eleito. Também concorrem Walbert Di Lorenzo (PSDB), Roberto Robaina (PSOL) e Jocelin Azambuja (PSL).
Logo em seguida teremos, em Pelotas, o debate dos candidatos promovido pelo Sindicato dos Municipários (SIMP). O debate da capital e a história dos confrontos eleitorais em nossa cidade, indicam que precisamos refletir e apontar outro caminho se realmente defendemos a democracia.
Os programas, via de regra, são uma mostra da confusão entre o exercício da democracia e sua imposição. A soberania das regras e o controle disciplinador da conduta dos participantes, pelo mediador, são providências autoritárias.
Na experiência democrática, cujo princípio fundamental é a igualdade, não pode haver donos do poder. Na democracia grega antiga, modelo no qual nos inspiramos, era exatamente do mandato que os cidadãos renunciavam. A ig ualdade, para eles, significava não comandar ninguém nem ser comandado. E não se estabelecia, por isso mesmo, nenhuma desordem, pois o comando era estabelecido pela arte e pela capacidade de fazer acordos, isto é, pela ação política.
No debate em questão, a igualdade, de imediato, foi deferida pela igualdade de poder que se instaurou entre o mediador e os candidatos cuja função maior pareceu ser a de disciplinar e conter o comportamento dos participantes. Seu instrumento era a distribuição equitativa do tempo concedido às suas falas e um rigoroso controle contábil.
Na estrutura do programa, o que importava era a norma, a ordem, a assepsia. As regras não poderiam ser mais importantes que o próprio debate, por que elas são apenas meios, e não fins para promover o evento. Uma frase e uma ideia, por exemplo, não poderiam ficar incompletas por falta de tempo regulamentar. O espectador merece ouvi-las completamente. Além da audiência, que beneficia a própria emissora e patrocinadores, o programa deveria buscar o esclarecimento dos eleitores. O objetivo do programa era favorecer o que está em jogo: o voto. É por meio do voto que manifestamos o nosso descontentamento com a “cidade que temos” e defendemos teses sobre “a cidade que queremos”, ou não. Na urna, embriagados ou sóbrios, vomitamos nossos infortúnios ou ajudamos a construir o destino da cidade e da própria cidadania. Escolhemos, no palco da vida, o papel de vítimas nas mãos de ignorantes e potenciais corruptos detentores do poder – ou em busca do próprio – ou de sujeitos do processo histórico. Afinal, temos também a opção de anular o voto.
O que se espera de um debate amarrado? Os ânimos e o caráter pessoal não podem ser alvos de vigilância e disciplina. É justamente a liberdade do enfrentamento que esclarece e convence. A veemência – às vezes a demência – do uso de recursos, mesmo que escusos utilizados pelo s candidatos são reveladores que formam opinião, definem escolhas.
O que está em questão não é somente um projeto político, mas a pessoa que irá efetivá-lo. Uma exposição pura e simples de ideias não convence ninguém. Somos persuadidos ao observar como este ou aquele candidato lida com a contenda e se dirige aos opositores. Tudo conta: gestos de mãos, piscar de olhos, movimentos de ombros, tropeços ao falar, etc.
Diante de tamanho disciplinamento, restava aos candidatos serem atores de um péssimo roteiro previamente ensaiado. É tanta a hipocrisia que é quase impossível reconhecer a pessoa escondida pelo marketing político. Mas esse é o resultado de uma sociedade que prefere as coisas aos homens pois estas podem ser manipuladas e descartadas conforme as conveniências.
Os homens são rebeldes por natureza, porque nenhum é igual ao outro. Suas diferenças pessoais são o que os obriga a negociar entre si para a realização de seus objetivos e interesses, de seus sonhos e de seus desejos. É o que os leva a agir politicamente, pois nenhum homem pode realizar seus fins isoladamente.
O regramento pretende voar sobre as diferenças, suprimir a ação política. O engessamento do debate político é, na verdade, a negação da nossa própria condição de humanidade, da manifestação da nossa subjetividade e da nossa capacidade de construir soluções e atuar coletivamente. Os debates podem ser diferentes…
*Filósofo E-mail: vel.fil@hotmail.com