“Com 90% dos trabalhadores municipais da educação tendo paralisado suas atividades, podemos considerar como positiva a primeira mobilização deste segmento da categoria dos municipários neste ano”. A afirmativa é do presidente do Sindicato dos Municipários, Duglas Lima Bessa, avaliando a participação na greve de três dias convocada a nível nacional pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, CNTE.

Nos três dias da greve o Simp promoveu atividades envolvendo professores e servidores da educação, onde foram debatidos o financiamento, contexto e perspectivas da educação pública municipal.

“Ficou demonstrado que os recursos para pagamento do piso salarial nacional existem, o que falta é a efetiva prioridade do Governo Municipal em realmente investir na educação, valorizando os profissionais desta área de fundamental importância para toda a comunidade”, salienta Duglas.

Conforme o presidente do Sindicato dos Municipários, além de recursos próprios da Prefeitura, existem os recursos do Fundeb, a complementação Federal e o debate em torno da destinação dos royalties do petróleo especificamente para a educação e a própria defesa da destinação de 10% do PIB nacional para este fim.

Também como resultado dos debates na Câmara de Vereadores nos dois primeiros dias da mobilização, foi criado um fórum permanente de discussão pedagógica sobre a escola pública municipal. “Os trabalhadores da educação querem amadurecer de forma coletiva uma referência própria de escola pública”, destaca Duglas.

“Se nos últimos anos tivemos uma desorganização pedagógica por parte do Governo Municipal, agora  percebe-se que teremos um modelo definido e que começou sendo apontado por ações como: escolas sem projetos, professores com tempo integral em sala de aula e falta de autonomia escolar, ou seja, um modelo que não representa a verdadeira democratização da educação”, critica.

No encerramento das atividades, a caminhada denominada “Marcha pela Educação: Pelotas parada”, organizada pelo Simp e pelo Cpers Sindicato, que reuniu um grande número de trabalhadores em educação, não só de Pelotas mas também de outros municípios da zona sul do Estado.

“Observamos que as marchas ainda são um grande elemento de mobilização, tendo em vista a participação e a visibilidade que tivemos no último dia de greve nacional, chamando a atenção para o descaso para com os trabalhadores em educação”, ressalta Duglas.

“O Simp espera agora uma manifestação pública do prefeito Eduardo Leite no que tange ao cumprimento da Lei do piso nacional, não só com relação ao valor do vencimento básico, mas também quanto a jornada de trabalho, e o reconhecimento da profissionalização dos funcionários de escola”, finaliza.