Para novamente denunciar os problemas enfrentados pelos servidores municipais diante da Supervisão de Saúde e Segurança do Trabalho – SSST (antiga Biometria), onde têm sido reiteradamente negada a validade de atestados médicos, alterados seus prazos de concessão e até mesmo mudança de medicações indicadas na consulta médica de origem, foi realizada audiência pública na Câmara Municipal de Vereadores na quarta-feira, por iniciativa do Sindicato dos Municipários (Simp).

“Para o Simp a audiência cumpriu o papel de demonstrar o desrespeito que vem ocorrendo com os trabalhadores que adoecem e necessitam apresentar seus atestados a Sesmet”, avalia a presidente do Sindicato, Tatiane Lopes Rodrigues.

Também foi apontada a possível irregularidade na contratação desta médica, que não pertence ao quadro de servidores efetivos da Prefeitura de Pelotas.

“Causa-nos estranheza quando verificamos as possíveis irregularidades na contratação desta profissional que responde oficialmente no Portal da Transparência como médica plantonista e na prática exerce a função de médica do trabalho, já que o nosso prefeito sempre se diz defensor da legalidade”.

No decorrer da audiência foram apresentadas diversas denúncias a respeito de negativas de validação de atestados médicos concedidos aos servidores por parte da médica Rossana Guidotti Gomes, que exerce esta atribuição na Prefeitura. Também foi apresentada pelo Simp denúncia de que esta mesma médica teria apresentado um atestado médico falso enquanto servidora no Município de Gaspar, em Santa Catarina, o que resultou na instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e conclui que a mesma agiu de forma configurando ato de improbidade, mau procedimento, má-fé e falta de ética profissional, sendo-lhe aplicada a penalidade de demissão.

“Para nós, é assustador que a profissional que tem causado tanto transtorno e até sofrimento aos municipários tem uma condenação através de um PAD por uso indevido de atestado médico na cidade de Gaspar”, salienta Tatiane, acrescentando que “é vergonhoso que alguém com este histórico altere, questione e modifique nossos atestados médicos, desrespeitando desta forma a saúde dos servidores municipais”, finaliza.

Como encaminhamentos ficaram de que o Legislativo apure e responsabilize o Executivo sobre a situação oficial da médica Rossana Guidotti Gomes na Prefeitura, haja vista que a Secretaria de Gestão Administrativa e Financeira (SGAF) não respondeu, oficialmente, a todos os questionamentos feitos pelo Simp e pela Câmara desde a primeira reunião, em outubro de 2014; de que a Prefeitura explique porque ainda não apresentou denúncia ao Ministério Público dos médicos que oferecem atestados falsos ou contestados pela médica; além do afastamento da profissional.