Conforme definido em assembleia promovida pelo Sindicato dos Municipários, os servidores da Secretaria de Saúde compareceram em grande número no Plenário da Câmara de Vereadores na manhã de quarta-feira, a fim de buscar o apoio do Legislativo para viabilização de uma reunião através da direção do Simp e comissão representativa dos trabalhadores com o Prefeito, haja vista que este não atendeu ao pedido formulado pela entidade com este fim.

“Levamos a pauta da qualidade da saúde, que passa por toda a garantia de uma estrutura qualificada, na qual possamos dar o atendimento que nossa comunidade merece”, informa a presidente do Sindicato dos Municipários, Tatiane Lopes Rodrigues.

“Os trabalhadores em muitas vezes são impedidos de oferecer uma melhor prestação de serviço, justamente pelas condições mínimas e falta de estrutura ofertada pelo Município, que vai desde a falta de medicamentos, gaze para curativos, até a escassez de ambulâncias”, afirma.

O que a Prefeitura tem feito é passar para a comunidade a ideia de que a responsabilidade pelas péssimas condições da saúde municipal é dos trabalhadores, o que não é verdade, pois os problemas são causados pela total falta de estrutura e gerenciamento da Secretaria Municipal de Saúde.

Na Câmara de Vereadores alguns parlamentares apoiaram a pauta dos trabalhadores da saúde e, na sequência, foi buscada a intermediação por parte do Legislativo da construção da agenda de reunião com o Prefeito, já solicitada pelo Simp.

Os trabalhadores vêm realizando suas cargas horárias condicionadas pela própria Secretaria Municipal de Saúde, desde que ingressaram no serviço público, muitos há mais de vinte anos. Portanto, quem impôs tal carga horária de atendimento foram as administrações ao longo do tempo, para, conforme suas avaliações, adequarem a prestação de serviços.

“No nosso entendimento as cargas horárias prestadas já se incorporaram na rotina dos servidores e se consolidaram no seu contrato de trabalho, o que por diversas vezes já foi reconhecido pelo próprio Poder Judiciário”, salienta Claudia Correia, diretora do Simp.

Assim, o problema causado pela Prefeitura, de forma abrupta e desorganizada, de estabelecer novas jornadas de trabalho aos servidores da saúde, poderá acarretar a exoneração massiva destes que já possuem vínculo e experiência profissional com a comunidade, devido à incompatibilidade de carga horária com outros compromissos legais assumidos ao longo do tempo, ocasionando um grande número de novos contratos administrativos que, além de serem temporários, irão gerar mais gastos ao Município, e conseqüentemente mais prejuízos à comunidade.

“Estes trabalhadores passaram por processos de avaliação e qualificação ao longo destes anos e estão prestes a serem substituídos por contratos emergenciais com maiores custos aos cofres públicos, sem vínculo com a comunidade e às vésperas de um ano eleitoral”, ressalta a diretora da entidade.

“Não temos nada contra qualquer forma de controle do ponto dos servidores, tanto é que já existem setores da saúde que dispõem do equipamento biométrico e continuam com os mesmos problemas relatados, o que nos leva a reafirmar que a melhoria na saúde vai muito além do que simplesmente a imposição de uma nova jornada de trabalho para os servidores”, finaliza Claudia Correia.

A reunião com o Prefeito, obtida através da intermediação do Legislativo, foi agendada para a próxima quarta-feira, dia 19, às 11 horas, no Paço Municipal, visando através do diálogo que sejam solucionados todos os impasses.