O Sindicato dos Municipários vem recebendo diversas ligações desde a última terça-feira, 25/04, referentes aos descontos das paralisações dos dias 15, 16 e 17 de março, sendo estes de forma arbitrária e vários de modo equivocado, que constam nos contracheques dos servidores do pagamento que será realizado nesta sexta-feira, dia 28.

Foram identificadas situações como, por exemplo, casos de colegas que paralisaram e não tiveram qualquer desconto; outros que não paralisaram e tiveram desconto; outros ainda que nos determinados dias, em alguns destes estavam de folga e mesmo assim tiveram o desconto; e alguns com quatro dias de desconto, incluindo o repouso remunerado. Cabe lembrar que mais especificamente os trabalhadores da educação receberam memorando, na época destas atividades, por parte do Secretário de Educação, Artur Correa, o qual afirmava que dia 15 de março reconhecia o direito da adesão dos trabalhadores e que não ocorreria o desconto, porém nos dias 16 e 17 sim, já a prefeita Paula Mascarenhas havia se manifestado na imprensa de que qualquer dia não trabalhado seria descontado.

Agora, também desde esta terça-feira, já começou a chegar aos locais de trabalho um novo memorando assinado pela Chefe de Gabinete da Prefeita, primeiro informando que a Administração Municipal assegura o direito de greve aos servidores, mas que não analisa o mérito das paralisações, logo, determina que aqueles que aderirem à paralisação geral deste dia 28 deverão ter o corte do ponto e o respectivo desconto nos seus salários.

O mesmo memorando determina que as chefias dos setores encaminhem informações quanto à efetividade para a Secretaria de Gestão Administrativa e Financeira, com cópia para o Gabinete da Prefeita.

“Não adianta o Governo tentar vender a ideia de que reconhece o direito à greve e que não analisa o mérito das paralisações, pois quando determina corte do ponto com desconto salarial, trata-se de uma posição contrária a todos e todas que serão atingidos pelas reformas da previdência e trabalhista, ou seja, o conjunto do povo brasileiro e em especial o pelotense, que grande parte depositou suas esperanças na então candidata”, critica a presidente do Simp, Tatiane Lopes Rodrigues.

“O Governo de Paula, além de impedir a greve e a livre manifestação, age de forma revoltante e cruel contra seus próprios trabalhadores que lutam para não perderem seus direitos previdenciários e trabalhistas através das reformas”, critica mais uma vez a presidente do Sindicato dos Municipários.

Torna-se ainda mais revoltante para os servidores, quando a grande maioria tem salários padrões abaixo do mínimo nacional, vendo suas conquistas servirem de complemento salarial; quando professores e Agentes Comunitários de Saúde não recebem seus pisos salariais instituídos por leis federais e quando técnicos científicos têm seus salários cada vez mais rebaixados e a isonomia sendo rompida. Tudo isto, na história recente, tem sido piorado pelos governos dos quais a prefeita fez e faz parte.

“Nós municipários, com a dignidade e vontade de luta que sempre foram características desta categoria, devemos nos manter resistindo, e agora, com as reformas da previdência e trabalhista, entendemos que todos têm de lutar por si mesmos, pelos filhos, pelos alunos, e pelas comunidades”, afirma Tatiane, acrescentando que “estas lutas são para manter o presente, garantir o futuro e dele não se abre mão, nenhum direito a menos, portanto todos devem se somar neste dia 28, dia de Greve Geral!”, salienta.

Para a Greve Geral deste dia 28, em havendo paralisação do transporte coletivo, aqueles servidores que dependem dele para seu deslocamento ao trabalho, e assim ficarem impossibilitados, não podem sofrer prejuízos funcionais ou remuneratórios por este motivo.

O Simp buscará resolver a questão dos dias já descontados e os que por vierem no debate com a prefeita referente à pauta data-base, já que um dos seus elementos é a composição de conflitos, pois na verdade o que a Prefeitura vem fazendo nada mais é do que uma tentativa de impedir a luta contra as reformas e, para isso, poderá ainda se questionar judicialmente. “Enquanto houver luta, ainda teremos legislações que nos respaldem, pois se aprovada a reforma trabalhista, já não haverá  mais esta certeza”, finaliza a presidente do Simp.