O Sindicato dos Municipários de Pelotas (SIMP) questiona o retorno às aulas presenciais na rede municipal de ensino neste momento, em especial pelo avanço da variante Delta do Coronavírus, extremamente contagiosa, bem como pela contradição entre o que está sendo encaminhado e a própria matéria da Prefeitura que trata da cartilha para o retorno presencial, publicada em 07 de julho, onde garante este retorno somente com a imunização completa dos servidores.

Para a direção do SIMP, somente o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual não é o suficiente para evitar o contágio de professores e servidores. Se assim o fosse, não haveriam tantos profissionais da saúde contaminados e mortos pela Covid-19 desde o início da pandemia, eis que estes sempre trabalharam com EPIs.

Quanto aos EPIs, o SIMP questiona quanto ao fornecimento de máscaras de proteção a servidores e professores da rede municipal de ensino para o retorno às aulas, bem como aos procedimentos com relação a crianças com sintomas gripais e a utilização das denominadas salas de isolamento.

Com relação ao fornecimento e uso de máscaras, o SIMP questiona o número disponibilizado para professores e servidores. O questionamento se justifica na medida em que é sabido e comprovado que este equipamento de proteção perde seus efeitos com a utilização por longos períodos. Considerando que há um grande número de professores com duas matrículas, ou seja, 40 horas semanais, professores da Educação Infantil com 40 horas e servidores com mesma jornada, não  há certeza  se haverá número suficiente de máscaras para substituição ao longo da jornada diária de trabalho.

Sobre as denominadas “salas de isolamento”, da mesma forma não há garantia de que haverá um profissional especializado da área da saúde e disponível pela Secretaria Municipal de Educação para o atendimento às crianças que chegam às escolas com sintomas gripais, com possibilidade de contaminação para a comunidade escolar.

Por fim, mesmo com a “live” realizada na manhã desta segunda-feira pela Secretaria Municipal de Educação, diversos pontos não foram devidamente esclarecidos, restando diversas dúvidas com relação aos procedimentos de retorno às aulas.

“O Governo Municipal, através da SMED, pode realizar diversas lives, porém continuam não existindo garantias para segurança plena de trabalhadores e comunidade e qualquer retorno neste momento ainda significa um perigo a todos, sendo, portanto, precipitado”, aponta a presidente do SIMP, Tatiane Lopes Rodrigues.