Dois pesos e duas medidas. Assim é caracterizada pela direção do Sindicato dos Municipários a postura do prefeito Fetter Jr. ao decretar ponto facultativo nesta terça-feira, aderindo à paralisação das prefeituras da região sul. O movimento, conforme divulgado pela imprensa é liderado por ele, enquanto presidente da Azonasul – Associação dos Municipíos da Zona Sul.

A direção do Simp entende que é totalmente contraditória a posição assumida pelo prefeito de Pelotas ao defender e aderir ao movimento reivindicatório dos demais prefeitos, enquanto com relação aos servidores determina corte de ponto e salário, apontamentos nas fichas funcionais, desconto no vale-alimentação, entre várias outras sanções quando os municipários paralisam para reivindicar seus direitos.

“Não somos contra o movimento das prefeituras da região, nem contra qualquer outro tipo de mobilização, paralisação, protestos e marchas de forma organizada para reivindicar melhorias, pleitear avanços em qualquer tipo de pauta, seja ela qual for, mas enquanto o próprio prefeito defende estes mecanismos de luta para atingir objetivos, se torna totalmente, além de contraditória sua postura, insensível quanto às demandas dos municipários, pois sempre contestou estes meios de luta e os condenou como forma de pressão, alegando que os servidores não queriam trabalhar e prejudicavam a comunidade”, critica Tiago Botelho, diretor do Sindicato dos Municipários.

O Simp não vê nenhuma diferença entre as atividades desenvolvidas por uma   associação, como é o caso da Azonasul, e daquelas desenvolvidas pelos sindicatos, tendo em vista que ambos se utilizam destes instrumentos de pressão para chamar a atenção da sociedade e das autoridades para situações injustas e que prejudiquem o coletivo, “mas é uma pena que o prefeito não adota na prática com relação aos municipários o que faz para reivindicar em favor dos municípios que representa, por isso entendemos que demonstra dois pesos e duas medidas em suas atitudes”.

“Quando a pauta lhe interessa, Fetter Jr. se utiliza de mecanismos legais, como o decreto de ponto facultativo, para somar esforços na luta das prefeituras da região, ao contrário dos municipários, que além de construírem suas lutas, sofrem todas as mazelas da total falta de sensibilidade do prefeito com relação aos movimentos reivindicatórios”, finaliza Tiago.