Diante da intransigência da direção da Empresa do Terminal Rodoviário de Pelotas (ETERPEL), os trabalhadores decidiram pela greve nesta sexta-feira, em protesto contra o não atendimento de suas reivindicações salariais por parte da administração da Empresa. “A intransigência da direção da ETERPEL e a enorme defasagem salarial dos trabalhadores, mesmo existindo recursos para avanços na negociação, levou à greve”, avalia o presidente do Sindicato dos Municipários, Duglas Lima Bessa.

Segundo ele, a proposta apresentada pela empresa não comporta as necessidades mínimas de reajuste. Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 16% e aumento de 18,33% no vale-alimentação, em contrapartida a direção da rodoviária oferece 7,5% de reajuste salarial e 8,33% no vale-alimentação.

O presidente do Simp lembra que os trabalhadores do Terminal Rodoviário têm uma perda real de mais de 50% no salário base no período de 10 (dez) anos, quando o básico equivalia a 1,49 salários mínimos. Hoje esta comparação é de 0,89 do mínimo nacional, defasagem que irá aumentar ainda mais a perda com esta proposta de 7,5% de reajuste.

“O Terminal Rodoviário tem receita própria, arrecadando recursos capazes de melhorar a proposta apresentada aos trabalhadores. Entre a venda de passagens, encomendas, aluguéis de lojas internas, utilização do estacionamento pago e outras fontes de receita, há arrecadação suficiente para avançar nos índices de reajuste”, explica.

Conforme Duglas, o próprio presidente da ETERPEL, Ademir Oliveira, admitiu, durante reunião realizada na Câmara Municipal e com a presença de vereadores, que a situação financeira da Empresa é boa e que estão se preparando para enfrentar licitação.

“Entendemos que independente da participação na licitação, o que está sendo pedido hoje pelos trabalhadores é irrelevante no sentido de atrapalhar esta participação”, salienta.

“Diante deste quadro e da falta de avanços os trabalhadores decidiram pela greve”. O presidente do Simp informa ainda que os trabalhadores da ETERPEL terão nova assembleia na segunda-feira, às 11 horas, no auditório interno do Colégio Municipal Pelotense, para avaliar os rumos do movimento reivindicatório.