Em assembleia geral realizada na manhã desta terça-feira, os municipários definiram novamente por não colocar em votação a proposta apresentada pelo Executivo, decidindo pela manutenção da negociação a fim de avançar nos pontos da pauta. O Sindicato dos Municipários já encaminhou documento à prefeita Paula Mascarenhas, buscando nova reunião de negociação.

“Entendemos que a proposta do Governo está muito abaixo das necessidades da categoria, não sendo razoável apresentar a reposição da inflação com o menor indicador, como o INPC, de forma parcelada e ainda afirmar que esta proposta de 3% agora e 0,99% para dezembro e sem ser retroativo à data-base dos trabalhadores, que é primeiro de maio, é a melhor dos últimos anos. Isto chega a ser desrespeitoso com uma categoria que recebe complemento salarial, e quem está um pouco acima apresenta os salários extremamente defasados”, critica a presidente do Simp, Tatiane Lopes Rodrigues.

“Também apontamos a necessidade de clareza por parte do Governo com relação à regulamentação da carga horária, pois é necessário que apresente uma proposta mínima e concreta com relação a este ponto para que seja dado encaminhamento junto à categoria”, salienta.

A presidente do Simp prossegue afirmando que “queremos a devolução dos dias descontados, pois a luta contra as reformas, tanto previdenciária quanto trabalhista é uma luta de todos os cidadãos, inclusive os pelotenses, e sempre nos dispomos a recuperar os dias parados, por isso buscamos a garantia de tal devolução. Neste sentido, faremos um grande ato no dia 31 para denunciarmos um Governo que persegue e assedia os servidores que lutam pelos direitos de todos, com a participação dos movimentos social e sindical. Se mexeu com um trabalhador, mexeu com todos!”, finaliza Tatiane Lopes Rodrigues.

Autoritarismo no tratamento e administração de pessoal, falta de flexibilidade no relacionamento com os servidores, trabalho altamente insalubre, sem condições adequadas e com risco permanente de morte, foram somente algumas das inúmeras dificuldades apontadas pelos servidores da Secretaria Municipal de Assistência Social para o exercício de suas atribuições, em reunião realizada na sede do Sindicato dos Municipários, na manhã da última terça-feira (16).

Além da baixíssima remuneração, foram feitos relatos de vários problemas enfrentados pelos servidores da Assistência Social, antiga Cidadania, especialmente com relação ao autoritarismo com que são tratados por parte de seus superiores, sendo trocados de setor e de turnos de trabalho de forma abrupta, sem que haja comunicação prévia. Os servidores também são “vigiados” por câmeras, direcionadas diretamente a estes na sede da Secretaria, onde estas que deveriam servir para a segurança dos locais de trabalho, mas são mais utilizadas como mecanismos de controle pessoal.

Os servidores também relataram riscos permanentes de morte, face às constantes ameaças que sofrem por parte da população assistida. Entre as diversas tarefas que têm de realizar, estão a de cuidarem de pessoas em hospitais e retirar outras das ruas, lidando permanentemente com usuários em condições de vulnerabilidade social.

“São servidores que têm uma importância fundamental no atendimento à parcela da população que mais precisa e, pela remuneração e condições de trabalho, também se encontram nas mesmas condições de vulnerabilidade”, salienta a presidente do Sindicato dos Municipários, Tatiane Lopes Rodrigues.

A quase totalidade dos servidores da Assistência Social recebem como vencimento bruto um salário mínimo por mês, trabalhando em dias como sábados, domingos e feriados.

Na reunião realizada com a prefeita Paula Mascarenhas, na quarta pela manhã, foram informados alguns pontos levantados pelos servidores. O Simp está encaminhando pedido de reunião com o titular da Secretaria de Assistência Social para tratar destes temas.