“Os servidores municipais repudiam a média salarial de R$ 1.463,93 para o funcionalismo, como recentemente divulgado pelo prefeito Fetter Jr.”. A afirmativa é do presidente do Simp, Duglas Lima Bessa, acrescentando que, certamente, nesta média entram os salários dos cargos de confiança, secretários, do próprio prefeito e de seu vice.

“Não é possível que uma categoria que tem cerca de sessenta por cento dos servidores recebendo valor equivalente ao salário mínimo nacional possa chegar a esta média propagandeada pelo prefeito”, critica Duglas. “Certamente Fetter usa seu próprio salário para chegar àquela média”, conclui.

Mais grave ainda, conforme o presidente do Sindicato dos Municipários é o fato de que a imensa maioria dos servidores tem o vencimento básico inferior até mesmo ao salário mínimo, necessitando de complementação salarial para atingir este valor. Com isso, o que prefeito deveria divulgar é que hoje a média real dos trabalhadores municipários de Pelotas é de pouco mais do que o mínimo nacional.

O dirigente do Sindicato dos Municipários também ataca o ufanismo do prefeito com relação ao vale-alimentação, que agora em novembro passará a R$ 120,00 mensais. “O prefeito Fetter divulga que a Prefeitura está pagando R$ 120,00 de vale-alimentação, mas este valor, em realidade, somente será recebido pelos servidores em dezembro”.

“E mais, este valor teria de ser muito superior, pois há seis anos, quando da campanha eleitoral de Bernardo e Fetter, foi prometido vale-alimentação, de imediato e já naquela época, de R$ 100,00, o que terminou não sendo cumprido”, lembra Duglas.

Para Duglas, em termos percentuais, o valor do vale-alimentação somente é significativo exatamente pelos baixíssimos salários pagos ao funcionalismo. “Se os salários fossem dignos e justos, certamente estes R$ 120,00 do vale não fariam tanta diferença. Se fazem diferença, mesmo em soma tão reduzida, é porque os salários são quase que miseráveis”.

“Esta estratégia tem sido utilizada por Fetter ao longo dos últimos anos, divulgando média salarial irreal que, para as necessidades básicas do dia-a-dia dos trabalhadores não influencia em nada, somente servindo para confundir a população quanto a nossa realidade”, finaliza.